quinta-feira, 14 de março de 2019

FIGA

FIGA NA UMBANDA

   Um elemento muito popular na religião de Umbanda, assim como entre pessoas que acreditam em amuletos, independente da religião que seguem, é a FIGA.
   Mas, o que realmente significa a figa? Para que serve? Qual a origem? O que é a tão falada “Figa de Guiné”?

   Para isso, podemos retornar lá atrás onde se encontram os primeiros relatos de seu uso e significado:

   O maior número de relatos e registros históricos é de que o uso foi iniciado e difundido na Itália, onde possui o nome de Mano Fico, onde era usada pelos etruscos na era Romana. A palavra mano significa mão, fico ou figa, e seria a representação da genitália feminina, principalmente a representação do clítoris, sendo assim associado ao erotismo e fertilidade. Porém, podemos também encontrar histórias e lendas de povos ainda mais antigos onde havia a crença de que as mulheres que não tivessem filhos era porque seriam amaldiçoadas por Deus através da infertilidade, e para evitarem esse mal, usavam a figa que representa o órgão feminino que, em situações como esta serviria para espantar qualquer mal e desgraça associados a infertilidade.

   Existe também a figa feita de outra maneira com o dedo indicador e médio cruzados, a figa feita dessa maneira era feita pelos cristãos entre os séculos I e V como o sinal da cruz, mas sem atrair muita atenção para que não fossem descobertos e atacados.

   Podemos ainda encontrar, mas não com cem por cento de certeza se era de fato um costume, de que povos ainda mais antigos utilizavam a figa como um símbolo de erotismo para que todo o mal fosse desviado pela figa, já que a mesma carrega uma imagem “obscena”, levando a crer que o obsceno distraia a atenção do mal. Porém a Igreja Católica Apostólica Romana, condenou o uso da figa, que diz através do Catecismo Católico no parágrafo 2111: “A superstição é um desvio do sentimento religioso e das práticas que ele impõe. Também pode afectar o culto que prestamos ao verdadeiro Deus: por exemplo, quando atribuímos uma importância de algum modo mágica a certas práticas, aliás legítimas ou necessárias. Atribuir só à materialidade das orações ou aos sinais sacramentais a respectiva eficácia, independentemente das disposições interiores que exigem, é cair na superstição.” Costumeiramente, o catolicismo proibiu tudo que não tivesse origem Cristã ou então europeia. Portanto, muitos acreditam que a figa se originou da África, e não da Europa como nos contam os livros, e depois sim, após descoberta sua "utilidade", chegou até a Ásia e Europa, onde difundiu-se o uso.






 Em algumas regiões da África, a árvore figueira é associada ao Orixá Exú, Orixá mais próximo do homem capaz de ativar os desejos sexuais é extrair o prazer do amor. Através dos galhos da figueira é feito o Ogó, bastão esculpido em formato de pênis que simboliza toda essa fertilidade e estímulo sexual. A figa tem o mesmo significado porém relacionado a sexualidade feminina. Além disso, a figa mais popular a “Figa de Guiné”, que inclusive possui este nome, pois segundo algumas fontes foi trazida pelos povos vindos de Guiné Bissau, na África. A Figa de Guiné original é esculpida também em madeira, assim como o ogó. Hoje, bem mais popularizada, podemos encontrar figas confeccionadas de vários tipos de materiais.

   O que se sabe, na verdade, é que com o passar dos anos, a figa e o seu significado foram sendo distorcidos, e então acabou se tornando uma espécie de amuleto não sendo mais associada ao erotismo e sim para espantar o mau olhado, os olhos grandes, a inveja, o azar e, assim trazer proteção e sorte. Porém ainda alguns países o sinal da figa com as mãos pode ser um gesto agressivo, como na Turquia e Rússia, por exemplo.

   É tradicional presentear um bebê recém nascido com uma figa para afastar o “quebranto”, mal olhado e similares.

   Na Umbanda, em ALGUMAS casas, a figa é usada na entrada do local como proteção, ou então nas guias de entidades espirituais, geralmente pretos velhos, com o mesmo significado, ou ainda pedem para que a pessoa consulente, compre a figa e a traga para ser cruzada (benzida) para esta trazer proteção e boa sorte em seus ideais. Também pode ser um elemento utilizado em patuás, para sorte e defesa. Assim como fora da religião, a figa dentro da Umbanda igualmente tem o significado de proteção e sorte, de um modo geral. Mas ressaltamos que cada terreiro possui suas práticas particulares e modos de culto onde, certamente existem diferenças, as quais devem ser todas respeitadas.

Todavia, podemos concluir que hoje em dia, a figa é usada como amuleto que atrai a boa sorte e traz proteção. É utilizada por pessoas de várias religiões, inclusive umbandistas e, tudo isso faz que a figa seja um dos amuletos mais populares do Brasil, e desses sempre é usada exclusivamente para o bem.




E você, gostou desses detalhes sobre a figa?
Comente.

Axé.


Por Ricardo Prado - CEUG
Imagem: brasilesoterico . com

segunda-feira, 30 de julho de 2018


DEMANDA NA UMBANDA


Ogum, Vencedor de demanda, ele vem de Aruanda pra salvar filhos de Umbanda!♪♫♪♫

Oxóssi é Rei das Matas, Oxóssi é caçador, por isso nas demandas que Oxóssi é vencedor♪♫♪♫

Tava curiando na encruza, quando a banda me chamou, Exú no seu Reino é Rei, na encruza ele é doutor, Exú quebra demanda, Exú é curador♪♫♪♫

Tanto ouvimos falar de demanda na Umbanda em relatos, orientações, também uma infinidade de pontos cantados como os exemplos acima também falam de demandas. Mas o que seria uma demanda? Se pesquisarmos nos dicionários a palavra demanda, não encontraremos uma definição da mesma relacionada com a espiritualidade. Porém demanda ou demandar pode significar, procura, ação, quantidade, necessidade, disputa, debate, reclamar, designar. Mas estas definições já nos fazem ter uma noção superficial do que seria uma demanda, principalmente sendo sinônimos de disputa e desígnio.
Seria então um trabalho feito? Uma bruxaria, feitiço, ou qualquer coisa similar? Não! Nem sempre…

Geralmente temos uma idéia muito limitada do que é uma demanda.

Demanda é todo tipo de energia negativa que acaba chegando até nós enviada por alguém encarnado, seja por pensamentos e/ou elementos.


A "demanda mental" que seria uma maldição, praga, propagada pelo desejo e pensamento negativo de uma pessoa. No caso da demanda mental não é usado nenhum tipo de elemento físico, e pode ser enviada em forma de sentimentos negativos direcionados a nossa pessoa através de nossos “inimigos”, que seriam pessoas que não nos queiram bem, que possuem inveja, ciúme, briga, ódio, mágoa, vingança, ou quaisquer outros sentimentos que, por algum motivo, ocasionam pensamentos e desejos ruins na mente daquela pessoa contra outra pessoa, que pode vir a se tornar, em casos extremos, até em uma obsessão. Todos esses sentimentos atraem toda sorte de espíritos inferiores que se agradam e vibram essas energias densas, fazendo assim com que se intensifique essa densidade que acaba ganhando força como uma demanda.



No entanto, temos que lembrar que muitas vezes as demandas podem ocorrer involuntária, ou inconscientemente, sem a real intenção de prejudicar ou perceber que está desejando algo negativo, como exemplo namorados, pais e mães com excesso de ciúme e super protetores.

Já o outro tipo de demanda podemos chamar de “demanda elemental”, que é aquela que é mandada por uma pessoa através de firmezas, trabalhos feitos e todos tipo de magia negativa com intuito de prejudicar uma ou mais pessoas além, é claro do já presente pensamento negativo, que sempre esse faz presente desde o início em qualquer tipo de trabalho de ordem negativa.

Não devemos nos esquecer também do que seria a “auto demanda”. Essa demanda não é ativada por nenhuma força espiritual e sim pelo próprio pensamento da pessoa que acaba alimentando pensamentos desnecessários e nocivos a si mesma e colocando em sua cabeça que está sendo demandada. Isso se dá por vários fatores pessoais da pessoa como dificuldades financeiras, problemas de ordem sentimental e demais problemas que se enfrenta naquele momento. Para identificar uma auto demanda, devemos analisar nossa situação, nosso equilíbrio, vida espiritual, atitudes, e refletir sobre nós mesmos. A vulnerabilidade desses fatores pode favorecer tais pensamentos de auto demanda, que seriam anulados caso esses mesmos fatores estivessem “em dia” e equilíbrio. Toda via, isso é muito relativo e cada pessoa precisa de um tratamento e cuidado para que tudo seja trabalhado e resolvido da melhor maneira possível.

Contudo, devemos ter sempre a consciência de que não é tudo que nos aflige que pode ser uma demanda. As vezes nosso inimigo somos nós mesmos e passamos por terríveis auto demandas, onde o mais difícil é, primeiramente ter aceitação de nossos erros, e posteriormente trabalhar para nossa melhora e evolução e, em seguida nos perdoar e perdoar aqueles que eventualmente, tenhamos levado algum prejuízo, seja físico, emocional e, principalmente espiritual.

Sempre elevamos nosso pensamento a Deus e a nossos guias, Orixás, guardiões e mentores, para que quebrem as demandas de nossa vida, que enfrentamos diariamente e não conseguimos vencer, porém devemos, antes de tudo, agradecer e, depois sim pedir, mas pedir que nossos guias e Orixás comecem a sua gira, a sua limpeza, dentro de nós mesmos, dentro de nossas casas, pois não podemos exigir caminhos abertos lá fora, se nós mesmos fechamos alguns caminhos, nossa vulnerabilidade que gera brigas, desequilíbrio, traições, e todo tipo de sentimentos e fatos negativos regados à  hipocrisia.
Primeiro deve haver sempre o auto perdão, a auto limpeza, a fé e gratidão. Uma vez limpos, seremos exemplos de benevolência e bondade, e assim identificaremos com mais exatidão as possíveis demandas existentes, e as que hão de vir, e assim serão quebradas com perfeita eficácia e nossos caminhos ficarão limpos e abençoados por Deus e nossos Orixás.
Axé!
Pelo Médium Ricardo Prado CEUG

Imagem: Site "Perdido em Pensamentos"

segunda-feira, 25 de junho de 2018


   FESTAS JUNINAS NA UMBANDA




O mês de Junho chegou, e junto com ele as tradicionais comemorações dos santos que  ocorrem neste mês. Quase todos os dias de junho são dedicados a um santo da Igreja Católica Romana, porém três deles destacam-se pelas comemorações, que já fazem parte da cultura do país, devido a grande popularidade: Santo Antônio (dia 13), São João (dia 24) e São Pedro (dia 29).

   E justamente devido toda essa popularidade e devoção a estes santos, somados ao sincretismo da Umbanda com o catolicismo, fez com que fossem também cultuados na religião de Umbanda. Alguns templos chegam até a realizar festas juninas, devido o culto a estes santos pelo sincretismo e, por consequência, a devoção, e também aproveitando para ser um evento beneficente em prol da casa e dos necessitados.

 A comemoração junina foi trazida pelos colonizadores portugueses e inicialmente se chamava “Festa Joanina” devido associação com o nome de São João. Com o passar dos anos e com o “aportuguesamento brasileiro” passou a se chamar “Festas Juninas” e, automaticamente o nome fazia também alusão ao mês de junho.

 
ALGUNS templos de Umbanda associam estes santos de junho a Santo Antônio com Exú, São João e São Pedro com Xangô. Santo Antônio é associado com Exú devido a personalidade forte e pela associação às ligações dotadas de intensa sensibilidade humana que este santo possui, o que Exú também entende bem devido sua proximidade com este mundo e com os homens. São João associou-se a Xangô das Cachoeiras (Xangô Agodô), devido São João Batista ter batizado Jesus, o Cristo, e ter lavado sua cabeça nas águas doces do Rio Jordão, e também pelo ato da fogueira acesa no nascimento de João Batista como aviso, pois Xangô é Orixá do fogo e é com o fogo que tudo é queimado e ocorre a transmutação nos trazendo tudo o que há de bom e possível de acordo com nosso merecimento e através da justiça divina executada por Xangô.

 Já o sincretismo de São Pedro é devido a simbologia com o nome de Pedro: Antes de seguir a Cristo, Pedro se chamava Simão, e Jesus realizou a mudança de seu nome, bem como seu significado segundo a Igreja Católica quando Jesus diz:

“ E eu te declaro: tu és Pedro (referencia a pedra), e sobre esta Pedra edificarei a minha Igreja e as portas do inferno não prevalecerão nunca contra ela.” Pedro foi o fundador, junto com São Paulo, da Igreja de Roma, sendo-lhe concedido o título de Príncipe dos Apóstolos.

 No entanto, o sincretismo mais popular de Xangô na Umbanda é São Jerônimo, martirizado a mais de 420 anos d.C., aquele que se isolou nas pedreiras do deserto para meditar e escrever suas obras e leis, intuído por Deus, aquele que amansa o leão e que tem o domínio da escrita e do livro, onde escreve na pedra suas leis e seus julgamentos executados sob a luz da justiça divina. É o protetor dos intelectuais, magistrados, advogados, professores, senhor da justiça, rei das pedreiras, que simboliza a força, firmeza, fortaleza.

 Na CEUG o sincretismo natural de Xangô é São Jerônimo.



 Resumindo, inúmeros terreiros de Umbanda incorporaram as festas juninas, seja pela simples comemoração e devoção ou até mesmo na ritualística da casa. Como exemplo o popular, porém já extinto templo Tenda Espírita de Umbanda Filhos da Cabocla Jurema do Bairro Santíssimo no RJ, ou simplesmente Terreiro do Seu Sete, da Ialorixá Cacilda de Assis, que trabalhava com o Sr Exú das 7 Encruzilhadas Rei da Lira, ou Sr Sete da Lira, onde a fogueira de Santo Antônio, era um dos principais rituais da casa além de ser o aniversário de assentamento desse guardião.
 A popularidade das comemorações, somada ao sincretismo, que sempre existiu na Umbanda, fez que a aceitação dos adeptos de nossa Umbanda, fosse natural e positiva para com a festa junina e seus afins.



sábado, 24 de março de 2018

FECHAMENTO DE CORPO


FECHAMENTO DE CORPO NA CEUG

             Vamos esclarecer o termo e o funcionamento do Rito que é feito para o fechamento de corpo, lembrando que esse ritual é feito geralmente em uma sexta-feira santa.


            O rito para o fechamento de corpo, como o próprio nome diz tem a intenção de Fechar, Trancar, Bloquear, Impedir e Dificultar que qualquer maldade ASTRAL tenha acesso ao nosso perispírito ou atingir nossas estruturas espirituais. Isso não quer dizer que uma pessoa que passou por um Rito de fechamento de corpo está totalmente impune de qualquer ato de maldade ou de algo chamado fatalidade. Mas, como este trabalho, a intenção é no minimo reduzir o impacto que poderíamos sofrer no caso de uma atuação ou mesmo de uma fatalidade.

            Então a frase "eu tenho o corpo fechado" não quer dizer que se tornou de aço, que a partir de hoje lhe foi posto uma superproteção, praticamente você pode levar um tiro que não vai acontecer nada. Não quero deixa-lo (a) triste, mas vai sim, se alguém com uma boa mira atirar em você, vai te acertar e dependendo do caso você poderá ate mesmo desencarnar.

            A proteção é para o lado astral, claro que o astral ou o espiritual reflete na nossa matéria, no nosso corpo carnal, então a ideia é que com a máxima proteção espiritual a nossa parte material, também tenha um pouco a mais de proteção. Mas não podemos aceitar isso como uma regra e que nada, absolutamente nada, nos fará mal. Sim, pode sim, tudo dependerá do que deve passar e o porque deve passar.

            O rito de fechamento de corpo é praticado dentro de nosso Terreiro e co firmado a cada  sete anos , é uma cultura antiga e alguns hoje em dia não tem o costume da realização desta pratica e outros nem conhecem apenas ouviram falar.
Os materiais usados em nossa doutrina são:

Um prato de loça branco e virgem ;
Um punhal pequeno mais ou menos 15 cm;
Uma vela de sete dias branca;
Uma Pemba branca;
Uma Pemba azul claro;
Uma Pemba amarela;
Uma Pemba verde;
Uma Pemba vermelha;
Uma Pemba rosa;
Uma Pemba marrom;
Um azeite de dendê  pequeno.

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QUARESMA NA CEUG


QUARESMA NA CEUG

Na doutrina da CEUG, o ano espiritual se inicia na sexta-feira santa. Mas antes dessa data temos a quaresma. Basicamente a quaresma marca o tempo de quarenta dias que nosso mestre Jesus foi tentado pelo mal no deserto.



Esse tempo é um período neutro que marca essa transição de um ano espiritual para o outro. Aproveitando essa neutralidade transitória, alguns de nossos guias, guardiões e orixás são recolhidos a fim de se fortalecerem ainda mais em seus pontos de força no plano espiritual.

Devido essas condições, as tentações e investidas de maus espíritos ocorrem de forma mais intensa, onde esses espíritos trevorosos e interiores entendem que nossos guardiões estando recolhidos, estaremos mais vulneráveis, o que não é verdade, pois nós mesmos abrimos nossas “porteiras”, e mesmo recolhidos, nossos guias e Orixás continuam emanando suas vibrações até nós, de acordo com nossas necessidades.

Dessa forma, a quaresma é um período que devemos, ainda mais, nos  resguardar a fim de nos fortalecer contra as tentações, expiações, provas e investidas do mal.

            No entanto, de nada vale nos resguardar, evitando o consumo de carnes, álcool e jejuar, se nossos pensamentos, atitudes e palavras estão poluídos, maledicentes, geradores de intrigas e contendas, ocasionando desarmonia e não sendo aquilo que é o mínimo exigido para um caráter moral positivo, ainda mais para um indivíduo que se diz umbandista. Toda ação tem uma reação, e ações que geram reações negativas podem conter um agravante maior durante este período. Podemos adquirir por impulso carmas e consequências desnecessários nas atitudes geradas por nossa imprudência durante a quaresma.

            Dessa forma, de acordo com as orientações de nossos mentores espirituais, devemos estender por todo esse tempo o resguardo, vigília de pensamentos, meditação, oração e boa conduta moral a fim de que não baixar nossa guarda espiritual e mantemos nossa evolução para passar com êxito esses quarenta dias na comunhão e paz de nosso Pai Oxalá.

 SEXTA-FEIRA SANTA NA CEUG

            Devido ao sincretismo e a santidade de Cristo, nosso pai Oxalá, na grande maioria dos templos de umbanda, a sexta-feira santa é respeitada e incorporada ao calendário e em alguns caso aos fundamentos da casa.

            De acordo com a doutrina da CEUG, é uma data especial:

            Neste dia ocorre a transição do ano espiritual, onde o Orixá regente do ano anterior passa a regência do ano para o outro Orixá que passará a governar. Neste caso Oxóssi regente do ano anterior, entregará para Xangô a regência deste ano espiritual.

            Podemos dizer que é o ano novo espiritual, também chamada de sexta-feira maior.
            Nesta semana a CEUG não realiza nenhum tipo de trabalho aberto. A casa fica fechada em oração e firmeza aos Orixás. Cada Orixá é firmado em seu respectivo dia da semana através de orações, oferendas e meditação.

            Com o encerramento da Quaresma se aproximando, as tentações e investidas do mal se intensificam e na semana santa, geralmente, o resguardo é ainda maior do que em todo período da Quaresma.

            Finalmente na sexta-feira maior a casa reabre a todos, com o fechamento de corpo e o retorno dos guias e guardiões recolhidos durante a Quaresma, e no encerramento, o ritual de Água de Cheiro, momento de grande fé e alegria onde Pai Pedro de Aruanda abençoa a casa, todos os filhos e assistentes com a Água de Cheiro.


            O Fechamento de Corpo, é realizado somente nesta data e tem o objetivo proteger a matéria da pessoa que está se submetendo ao ritual, contra tudo e qualquer objeto que possa vir a ferir a sua matéria física, isto é, reveste o corpo físico com uma proteção fluídica afastando o indivíduo de qualquer situação que possa colocar em risco a sua vida. O fechamento de corpo não é o fechamento do corpo mediúnico, ou seja, não protege o indivíduo de demandas espirituais, nem tão pouco influencia no seu desenvolvimento espiritual, e nem das energias, pensamentos e más companhias espirituais que atrai para si mesmo.

            Já a Água de Cheiro é um amaci preparado especialmente para esta ocasião. Possui o intuito de purificar a casa e a todos os presentes de todas as energias negativas adquiridas ao longo do ano espiritual e também de fortalecer e abençoar a todos.
Salve nosso pai Oxalá!
Salve nosso pai Oxóssi que governou o ano transmitindo sua sabedoria e paciência!

Salve nosso pai Xangô regente do novo ano, com sua justiça e misericórdia!
Salve Zambi, rei do universo!

Axé!!!

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ORIXÁ REGENTE DE 2018


ORIXÁ REGENTE DE 2018

Para todos os umbandistas e simpatizantes, na época do final do ano e início do próximo, sempre existe a curiosidade de qual orixá irá reger o novo ano.


Ao pesquisarmos nas redes sociais encontramos muitas fontes, cada uma informando um ou mais orixás diferentes. Embora existam muitas divergências e concordâncias entre as centenas de milhares de terreiros e dezenas de fontes na internet, devemos respeitar todas orientações de todos os templos, pois cada terreiro possui sua raiz e suas doutrinas.

Também devemos considerar que nem todos os templos consideram nosso calendário tradicional, alguns consideram o calendário solstícios, por exemplo, ou ainda outros calendários, ou outro tipo de contagem dos ciclos que chamamos de ano. Ainda temos a questão da regência planetária que sempre possui um ou mais orixás associados a cada planeta e, mesmo assim não há como “batermos o martelo” quanto à regência, pois todos os astros e todos orixás irradiam suas energias em nosso plano e em nós, filhos de Umbanda.

Segundo os fundamentos da CEUG, o ano físico termina, mas o ano espiritual se inicia somente após a sexta-feira- santa, onde neste dia ocorre a transição do ano espiritual, quando o orixá regente do ano anterior passa a regência do ano para o outro orixá que passará a reger, ou seja o “Ano Novo Espiritual” acontece somente na sexta-feira santa. Mas nada impede que desde já, elevemos nossos pensamentos ao orixá que irá reger o novo ano.

E de acordo com a doutrina de nossa comunidade regida por Pai Pedro de Aruanda, a CEUG, o ano de 2018 será regido pelos orixás Xangô e Nanã.

Como todos sabemos, Xangô trabalha com a justiça e misericórdia e Nanã com toda a energia da terra, da cura, da familiaridade.

O ano de 2017, regido por Oxóssi, foi um ano que tivemos que exercer a paciência de um caçador, como Oxóssi é, para conseguirmos lidar com várias situações, principalmente em termos de convivência, e também foi propício para termos nossa autoanálise e analisarmos também o que queremos para nós em nossa jornada, foi um bom ano para se plantar nas terras férteis das matas de Oxóssi.

Agora em 2018 será o ano da colheita com a cobrança em forma de justiça de nosso pai Xangô. Em resumo podemos crer que será um ano em que todos serão cobrados de uma forma mais intensa, através da justiça divina, com a permissão de Oxalá, executadas pelo trabalhar de Xangô, que automaticamente cobra dos justos e injustos a responsabilidade de seus atos através da colheita do que cada um semeou nas terras férteis de Oxóssi, em seu ano. Pois se as terras eram férteis, só não colherá fruto bom quem não teve paciência e sabedoria de plantar e, se porventura mesmo em terra fértil, colherem frutos ruins, todos devem ter a consciência e, ao menos procurar entender o por que de uma colheita ruim pedindo maleme e suplicando misericórdia a Xangô.

Nanã x Xango

Em meio as fortes irradiações de justiça e misericórdia de Xangô, nossa mãe Nanã entrará para equilibrar e acalmar os tempos atribulados através com sua energia branda de sua simplicidade e equilíbrio vindo das forças da terra, de suas águas, limpando e transformando o que será necessário transformar, seja para abrir novos horizontes, seja para abrir os olhos de quem terá de serem abertos.


Podemos concluir que existem diversas interpretações, doutrinas, fundamentos que cada casa trabalha e executa de sua forma particular, sendo comum que cada templo tenha a sua regência particular durante cada novo ano, tudo isso variando de acordo com a doutrina e fundamento que cada terreiro é acostumado a trabalhar, como já dito anteriormente. Toda essa particularidade deve ser respeitada, e cada um deve seguir onde se sentir melhor, em vários fatores que envolvem nossa missão espiritual. E esse respeito é essencial, pois apesar das pequenas diferenças, todos os terreiros formam uma enorme corrente que, todos os dias, está desfraldando e tremulando a bandeira branca da Umbanda que irradia a paz e amor a todos os necessitados.

Axé a todos!

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segunda-feira, 12 de março de 2018

Entenda sobre a doutrina e fundamento da Quaresma e Sexta Feira Santa na CEUG

QUARESMA

Na doutrina da CEUG, o ano espiritual se inicia na sexta feira da santa. Mas antes dessa data temos a quaresma. Basicamente a quaresma marca o tempo de quarenta dias que nosso Mestre Jesus foi tentado pelo mal no deserto.


Esse tempo é um período neutro que marca essa transição de um ano espiritual para o outro. Aproveitando essa neutralidade transitória, alguns de nossos Guias, Guardiões e Orixás são recolhidos a fim de se fortalecerem ainda mais em seus pontos de força no plano espiritual.

       Devido essas condições, as tentações e investidas de maus espíritos ocorrem de forma mais intensa, onde esses espíritos trevosos e inferiores entendem que nossos guardiões estando recolhidos, estaremos mais vulneráveis, o que não é verdade, pois nós mesmos abrimos nossas “porteiras”, e mesmo recolhidos, nossos guias e orixás continuam  emanando suas vibrações até nós, de acordo com nossas necessidades.

          Dessa forma, a quaresma é um período que devemos, ainda mais, nos  resguardar a fim de nos fortalecer contra as tentações, expiações, provas e investidas do mal.
       No entanto, de nada vale nos resguardar, evitando o consumo de carnes, álcool e jejuar, se nossos pensamentos, atitudes e palavras estão poluídos, maledicentes, geradores de intrigas e contendas, ocasionando desarmonia e não sendo aquilo que é o mínimo exigido para um caráter moral positivo, ainda mais para um indivíduo que se diz Umbandista. Toda ação tem uma reação, e ações que geram reações negativas podem conter um agravante maior durante este período. Podemos adquirir por impulso carmas e consequências desnecessários nas atitudes geradas por nossa imprudência durante a quaresma.

         Dessa forma, de acordo com as orientações de nossos mentores espirituais, devemos estender por todo esse tempo o resguardo, vigília de pensamentos, meditação, oração e boa conduta moral a fim de que não baixar nossa guarda espiritual e mantemos nossa evolução para passar com êxito esses quarenta dias na comunhão e paz de nosso Pai Oxalá.

SEXTA FEIRA SANTA

       Devido ao sincretismo e a santidade de Cristo, nosso pai Oxalá, na grande maioria dos templos de Umbanda, a Sexta Feira Santa é respeitada e incorporada ao calendário e em alguns casos aos fundamentos da casa. 

       De acordo com a doutrina da CEUG, é uma data especial:

     Neste dia ocorre a transição do ano espiritual, onde o Orixá regente do ano anterior passa a regência do ano para o outro Orixá que passará a governar. Neste caso Oxóssi regente do ano anterior, entregará para Xangô a regência deste ano espiritual.
       Podemos dizer que é o ano novo espiritual, também chamada de sexta feira maior.


      Nesta semana a CEUG não realiza nenhum tipo de trabalho aberto. A casa fica fechada em oração e firmeza aos Orixás. Cada Orixá é firmado em seu respectivo dia da semana através de orações, oferendas e meditação.

     Com o encerramento da quaresma se aproximando, as tentações e investidas do mal se intensificam e na semana santa, geralmente, o resguardo é ainda maior do que em todo período da quaresma.

     Finalmente na sexta feira maior a casa reabre a todos, com o fechamento de corpo e o retorno dos guias e guardiões recolhidos durante a quaresma, e no encerramento, o ritual de água de cheiro, momento de grande fé e alegria onde Pai Pedro de Aruanda abençoa a casa, todos os filhos e assistentes com a água de cheiro.

   O Fechamento de corpo, é realizado somente nesta data e tem o objetivo proteger a matéria da pessoa que está se submetendo ao ritual, contra tudo e qualquer objeto que possa vir a ferir a sua matéria física, isto é, reveste o corpo físico com uma proteção fluídica afastando o indivíduo de qualquer situação que possa colocar em risco a sua vida. O fechamento de corpo não é o fechamento do corpo mediúnico, ou seja, não protege o indivíduo de demandas espirituais, nem tão pouco influencia no seu desenvolvimento espiritual, e nem das energias, pensamentos e más companhias espirituais que atrai para si mesmo.

   Já a água de cheiro é um amaci preparado especialmente para esta ocasião. Possui o intuito de purificar a casa e a todos os presentes de todas as energias negativas adquiridas ao longo do ano espiritual e também de fortalecer e abençoar a todos.

"Salve nosso pai Oxalá!
Salve nosso pai Oxóssi que governou o ano transmitindo sua sabedoria e paciência!
Salve nosso pai Xangô regente do novo ano, com sua justiça e misericórdia!
Salve Zambi, rei do universo!"


Axé!!!