segunda-feira, 25 de junho de 2018


   FESTAS JUNINAS NA UMBANDA




O mês de Junho chegou, e junto com ele as tradicionais comemorações dos santos que  ocorrem neste mês. Quase todos os dias de junho são dedicados a um santo da Igreja Católica Romana, porém três deles destacam-se pelas comemorações, que já fazem parte da cultura do país, devido a grande popularidade: Santo Antônio (dia 13), São João (dia 24) e São Pedro (dia 29).

   E justamente devido toda essa popularidade e devoção a estes santos, somados ao sincretismo da Umbanda com o catolicismo, fez com que fossem também cultuados na religião de Umbanda. Alguns templos chegam até a realizar festas juninas, devido o culto a estes santos pelo sincretismo e, por consequência, a devoção, e também aproveitando para ser um evento beneficente em prol da casa e dos necessitados.

 A comemoração junina foi trazida pelos colonizadores portugueses e inicialmente se chamava “Festa Joanina” devido associação com o nome de São João. Com o passar dos anos e com o “aportuguesamento brasileiro” passou a se chamar “Festas Juninas” e, automaticamente o nome fazia também alusão ao mês de junho.

 
ALGUNS templos de Umbanda associam estes santos de junho a Santo Antônio com Exú, São João e São Pedro com Xangô. Santo Antônio é associado com Exú devido a personalidade forte e pela associação às ligações dotadas de intensa sensibilidade humana que este santo possui, o que Exú também entende bem devido sua proximidade com este mundo e com os homens. São João associou-se a Xangô das Cachoeiras (Xangô Agodô), devido São João Batista ter batizado Jesus, o Cristo, e ter lavado sua cabeça nas águas doces do Rio Jordão, e também pelo ato da fogueira acesa no nascimento de João Batista como aviso, pois Xangô é Orixá do fogo e é com o fogo que tudo é queimado e ocorre a transmutação nos trazendo tudo o que há de bom e possível de acordo com nosso merecimento e através da justiça divina executada por Xangô.

 Já o sincretismo de São Pedro é devido a simbologia com o nome de Pedro: Antes de seguir a Cristo, Pedro se chamava Simão, e Jesus realizou a mudança de seu nome, bem como seu significado segundo a Igreja Católica quando Jesus diz:

“ E eu te declaro: tu és Pedro (referencia a pedra), e sobre esta Pedra edificarei a minha Igreja e as portas do inferno não prevalecerão nunca contra ela.” Pedro foi o fundador, junto com São Paulo, da Igreja de Roma, sendo-lhe concedido o título de Príncipe dos Apóstolos.

 No entanto, o sincretismo mais popular de Xangô na Umbanda é São Jerônimo, martirizado a mais de 420 anos d.C., aquele que se isolou nas pedreiras do deserto para meditar e escrever suas obras e leis, intuído por Deus, aquele que amansa o leão e que tem o domínio da escrita e do livro, onde escreve na pedra suas leis e seus julgamentos executados sob a luz da justiça divina. É o protetor dos intelectuais, magistrados, advogados, professores, senhor da justiça, rei das pedreiras, que simboliza a força, firmeza, fortaleza.

 Na CEUG o sincretismo natural de Xangô é São Jerônimo.



 Resumindo, inúmeros terreiros de Umbanda incorporaram as festas juninas, seja pela simples comemoração e devoção ou até mesmo na ritualística da casa. Como exemplo o popular, porém já extinto templo Tenda Espírita de Umbanda Filhos da Cabocla Jurema do Bairro Santíssimo no RJ, ou simplesmente Terreiro do Seu Sete, da Ialorixá Cacilda de Assis, que trabalhava com o Sr Exú das 7 Encruzilhadas Rei da Lira, ou Sr Sete da Lira, onde a fogueira de Santo Antônio, era um dos principais rituais da casa além de ser o aniversário de assentamento desse guardião.
 A popularidade das comemorações, somada ao sincretismo, que sempre existiu na Umbanda, fez que a aceitação dos adeptos de nossa Umbanda, fosse natural e positiva para com a festa junina e seus afins.



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